Hebo Imoxi Hebo Imoxi

Sr. Ordens Superiores

A democracia e a alternância são necessidades absolutas
A lei é resultado da vontade geral
Agora eu te pergunto, Sr. Ordens Superiores
A quem compete o desenvolvimento de Angola?

Uma sociedade que nos dias de hoje não reconhece
Em cada indivíduo que o pertence
Valores próprios pelos quais sem exitar
Ele tem o direito de se pautar
Não terá nenhum respeito pela sua dignidade
E realmente não sabe o que é a liberdade
O apreço moral, é bem verdade

Que não teria sentido sem liberdade
Não há paz sem justiça, a priori
Não saber é mau e não querer saber é pior
Se cada ação boa ou má de antemão
Dependesse da permissão, prescrição ou coerção
O que seria a virtude afinal
Senão uma simples palavra banal
Que elogio caberia à boa ação? De facto
Que honra haveria em ser justo ou sensato?

A democracia e a alternância são necessidades absolutas
A lei é resultado da vontade geral
Agora eu te pergunto, Sr. Ordens Superiores
A quem compete o desenvolvimento de Angola?

A dependência cultural, econômica e política
Em relação aos países desenvolvidos é crítica
A dívida externa aumenta com vigor
A expectativa de vida baixou
Crescimento populacional elevado
Oligarquia perpétua, nepotismo acentuado
A mutação na economia mundial

E na geopolítica planetária como tal
Agravou a desigualdade da natureza
Da acumulação de riquezas e da disseminação da pobreza
O desenvolvimento, por sua vez
Assume padrões perversos
Marginalizando a maioria da população
Porém o desenvolvimento e a dogmatização
Das potências mundiais vive de modo patético
Às custas da exploração dos países periféricos

A democracia e a alternância são necessidades absolutas
A lei é resultado da vontade geral
Agora eu te pergunto, Sr. Ordens Superiores
A quem compete o desenvolvimento de Angola?

Sinto nojo de ser angolano, quando vejo o trabalho
Do deputado João Pinto e o Luvualu de Carvalho
É triste! Que decepção!
Tão jovens e já entregues à bajulação
Onde está a cidadania democrática?
A sociedade civil é estática
Tem medo do titular do poder executivo

O ópio do povo se chama Executivo
Não há uma gestão eficiente dos recursos
Justino Pinto de Andrade falou num discurso
Os preços exorbitantes do petróleo
Visíveis aos nossos olhos
Enriqueceram os parceiros internacionais
Das elites econômicas locais
É preciso cumprir exigências idealistas
E atender às necessidades realistas

A democracia e a alternância são necessidades absolutas
A lei é resultado da vontade geral
Agora eu te pergunto, Sr. Ordens Superiores
A quem compete o desenvolvimento de Angola?